Quinta 15/05
Hoje seguimos aqui no camping no Chuí, enfrentando um frio de bater o queixo! A programação do dia foi bem caseira – até porque não tem muito o que fazer por aqui além de ir à praia, e com esse vento gelado… nem pensar!
Aproveitei o tempo para lavar o tênis do John (coitado, o machucado no pé dele ainda está bem feio) e também lavei algumas roupas. Foi o jeito de manter a rotina e ocupar a mente enquanto o tempo passa devagar nesse cantinho gelado do sul.
Sem muito o que inventar, o John preparou nosso clássico miojo – simples, quentinho e reconfortante. E assim seguimos: enrolados nas cobertas, esperando a hora de dormir, contando os dias para o sol voltar a dar as caras.
Sexta 16/05
Hoje acordamos com uma decisão importante: era hora de pegar a estrada de volta para Pelotas. Ainda não conseguimos sair do Brasil como gostaríamos — a falta de patrocínio e a ausência de monetização no nosso canal do YouTube continuam sendo obstáculos no nosso caminho. Mas isso não nos desanima. Pelo contrário, voltamos com o coração cheio de gratidão e felicidade por termos concluído a primeira temporada da nossa história.
Foi uma jornada intensa, cheia de aprendizados, encontros e descobertas. Agora, é hora de focar ainda mais no nosso propósito. Seguimos firmes na missão de alcançar mais pessoas através do nosso Instagram e de conquistar a tão sonhada monetização no YouTube. Sabemos que muitas empresas ainda olham para os números antes de enxergarem o valor real do conteúdo e da mensagem — mas acreditamos que, com persistência, isso vai mudar.
Chegamos em Pelotas com a sensação de dever cumprido. E, como na última vez, vamos passar a noite no mesmo posto de gasolina que nos recebeu antes. Um lugar simples, mas cheio de significado para nós. É só o começo de um novo capítulo. Que venha a segunda temporada — e que venham também mais apoiadores que enxerguem o nosso sonho como algo possível. Porque ele é. E já está acontecendo.
Sábado 17/05
Depois de uma noite bem dormida, começamos o dia com uma missão simples, mas importante: lavar roupas. Fomos até a lavanderia que fica no mesmo local da Havan, onde também há um mercado, o que facilitou bastante. Aproveitamos para resolver tudo de uma vez só.
Infelizmente, a Sthéfanie acordou se sentindo mal novamente, com dor de barriga. Mesmo assim, seguimos com o plano e, enquanto as roupas estavam na máquina, aproveitamos para almoçar e repor as energias.
Com as roupas lavadas e a barriga cheia, decidimos descansar por aqui mesmo, na Havan. Já que estamos no local, é mais prático e tranquilo passar a noite por aqui. O dia foi simples, mas produtivo, e agora é hora de relaxar mais um pouco.
Domingo 18/05
Depois de uma noite mal dormida (pelo menos da minha parte), começamos o dia com aquele cansaço acumulado. O John, por sorte, conseguiu descansar bem, mas eu fiquei inquieta a noite toda. Tivemos que passar a noite no estacionamento descoberto da Havan, já que por aqui em Pelotas não há unidade com cobertura, e isso me deixou bastante apreensiva — fiquei com medo de levarem as cadeiras de rodas durante a madrugada.
No meio dessa tensão, recebemos um convite especial da Dona Ana para ficarmos em seu camping, o @campingdossonhos, em troca de ajudarmos na divulgação do espaço. Mesmo sendo bem distante de onde estávamos, decidimos ir. E valeu a pena: ao chegar, sentimos uma paz enorme. O lugar é cheio de vida e natureza — fomos recebidos por ovelhas, pavões, galinhas, jacus e cachorros. Um verdadeiro refúgio.
Apesar da tranquilidade do ambiente, percebemos que o camping ainda tem limitações quanto à acessibilidade. A rampa que leva até a área do bar é bem íngreme, e os banheiros com chuveiro quente, além de serem cobrados à parte, não comportam a entrada da cadeira de rodas. Mesmo assim, conseguimos estacionar a Mariposa em um lugar estratégico, próximo da pia e da tomada, o que facilitou bastante.
Logo que chegamos, vimos alguns gaúchos caracterizados — de bombacha, lenço e tudo — fazendo churrasco ao lado de seus cavalos. Estava um clima animado, mas a chuva acabou chegando e dispersando o grupo. Eles foram embora, e nós ficamos dentro do carro, esperando a chuva passar, observando o movimento da natureza e aproveitando o silêncio.
Foi um dia de contrastes: da preocupação à tranquilidade, da tensão à conexão com o que nos rodeia. Um daqueles dias que, mesmo com os desafios, reforçam o sentido dessa jornada.
Segunda 19/05
Hoje tivemos uma conversa importante com a Dona Ana, responsável pelo camping, e combinamos direitinho até quando ficaremos por aqui. Ela, como sempre, foi muito atenciosa e compreensiva com a nossa situação.
Depois de tudo resolvido, passamos o dia inteiro dentro do carro, tentando nos proteger do frio que chegou com força essa noite. A temperatura caiu bastante, e o melhor refúgio foi mesmo a nossa casinha sobre rodas. No meio do dia, tivemos uma visita inesperada e encantadora: um passarinho pousou no nosso vidro e ficou ali por um tempinho, como se estivesse nos fazendo companhia. Pequenos presentes da natureza que aquecem o coração.
Infelizmente, o John continua com o pé machucado. Toda vez que ele tira a meia, o ferimento volta a sangrar e isso tem me deixado muito preocupada. Para piorar, comecei a sentir uma dor no bumbum e percebi que está surgindo uma ferida, provavelmente causada pelo atrito constante com a cadeira de rodas.
Com esses dois corpos pedindo descanso e cuidado, decidimos passar o resto do dia deitados, cuidando um do outro e tentando aliviar o desconforto da melhor forma possível. Às vezes, o corpo fala mais alto e a gente precisa parar. E é isso que faremos: escutar, cuidar e respeitar nossos limites.
Terça 20/05
Hoje o frio bateu forte, daquele jeito que faz a gente pensar duas vezes antes de sair debaixo das cobertas. Mesmo com roupa de frio e bem enrolados dentro do carro, o frio ainda conseguiu entrar e dominar tudo. Sinceramente, não dava nem vontade de sair para nada. A gente precisa, com urgência, resolver essa questão de aquecimento no carro antes de seguirmos viagem para fora do Brasil — porque se aqui já está assim, imagina lá fora!
Para não ter que sair, pedimos alguns salgados deliciosos da D. Ana, que sempre salva nossos dias com aquele tempero de aconchego. E com esse clima gelado, a única coisa que dá vontade de fazer é ficar deitado, assistindo algo ou só ouvindo a chuva bater lá fora. Mas aproveitei esse tempo quietinha para produzir conteúdo para o Instagram — mostrar um pouco da rotina real também faz parte da viagem.
Um dia frio, preguiçoso e silencioso… às vezes, tudo o que a gente precisa.
Quarta 21/05
Mais uma noite congelante na nossa jornada. Acordei de madrugada sem sono e, curiosa, fui ver a temperatura — não acreditei: 8ºC, com sensação térmica de 6º! E eu ali, tentando me ajeitar entre os cobertores enquanto o John seguia dormindo tranquilo. Depois de algumas horas, consegui pegar no sono de novo.
Quando acordamos, o dia estava lindo, céu azul e aquele sol brilhando… mas era só charme, porque não esquentava nada! Mesmo assim, seguimos com a rotina. Enquanto John preparava o almoço, aproveitei pra lavar umas roupas. No caminho, fui surpreendida por uma cena que parece simples, mas tem sua magia: um pavão passou todo imponente perto de mim e, logo depois, uma galinha veio caminhando tranquila.
Esse contato com a natureza, por mais cotidiano que pareça, sempre me surpreende e me faz lembrar o quanto a vida na estrada é cheia de pequenos encantos.
Quinta 22/05
Hoje foi mais um daqueles dias que vão nos ensinando, aos poucos, como lidar com o frio. Ainda estamos tentando nos adaptar, especialmente na hora de dormir, que é o maior desafio. Sabemos que, para seguir viagem e principalmente quando formos para fora do Brasil, vamos precisar urgentemente encontrar soluções melhores para isso.
O dia amanheceu ensolarado novamente, mas é aquele sol tímido, que brilha sem aquecer. John segue de repouso, cuidando do corpo, enquanto eu venho enfrentando uma crise de ansiedade que tem me deixado bastante mal. Meus pensamentos, às vezes, me levam a lugares difíceis, mas estou fazendo de tudo para mudar isso, respirar fundo e não deixar que eles me dominem. Não é fácil… mas eu acredito que vou conseguir.
Tivemos, mais uma vez, a visita do passarinho que costuma aparecer por aqui. Parece bobeira, mas sua presença me acalmou e me trouxe um pouco de paz no meio do caos interno. Pequenos sinais assim fazem diferença nos nossos dias.
Por aqui, seguimos tranquilos até o horário de dormir, já que não dá pra sair tocando a cadeira por todo o camping devido à falta de acessibilidade. É frustrante, mas vamos encontrando nossos jeitos, nossas rotas e, principalmente, tentando manter a calma enquanto seguimos em frente.
Sexta 23/05
A noite foi tranquila… até o John me dar um baita susto! Kkkkkk. Estávamos dormindo e, do nada, ele acorda gritando — quase tive um treco! Depois do susto, a gente caiu na risada e ficou rindo por uma boa hora, até o sono vencer de novo.
O frio por aqui tá de doer, viu? Duas blusas e ainda parece que o vento passa direto! Kkkkk. O dia seguiu sem muitas novidades, e quando a noite chegou, fui tentar gravar um vídeo… adivinha? Tudo embaçado! O frio venceu até a lente!
Mais um dia simples, mas cheio dessas histórias que rendem boas risadas.
Até a próxima,
Equipe Rodinhas pelo Mundo